Desde o fracasso de bilheteria de “Nem que a Vaca Tussa”, a Walt Disney Animation Studios tem investido na animação computadorizada, popularmente conhecida como CGI (Imagem em computação gráfica). O que levou muitos admiradores do estúdio a se preocuparem e a se questionarem a respeito da tradicional animação feita à mão.
“Nem que a Vaca Tussa”: responsável pelo “fim” da animação tradicional.
A casa do Mickey Mouse, em 2009, apostou em “A Princesa e o Sapo” para tentar resgatar os desenhos tradicionais. Infelizmente, o filme não superou as expectativas do público e da crítica, mudando os rumos das futuras produções do estúdio. No ano seguinte, “Enrolados” (CGI) chegou às telas dos cinemas e se tornou um fenômeno instantâneo. O novo filme do ursinho guloso, “Winnie the Pooh”, lançado no ano passado, utiliza apenas as ilustrações manuais, uma forma de homenagear – e manter a tradição – os outros longas-metragens estrelados por Pooh e sua trupe. Entretanto, o tributo passou despercebido pelo público, devido à fraca campanha de marketing feita pela empresa.
Agora, em 2012, o estúdio irá lançar “Detona Ralph” – que chega ao Brasil em 2013 – e produz duas novas animações (“Frozen” e “The King of the Elves”) para os próximos anos. Todos empregarão o CGI.
“A Princesa e o Sapo”: tentativa de retorno às origens.
E a animação tradicional, onde fica? A partir da qual um império foi construído, algo que revolucionou o modo de se contar estórias, além de transformar o cinema em si. Segundo Robert Newman, responsável pela conversão para o 3D de “O Rei Leão” e “A Bela e a Fera”, o estúdio continuará a produzir animações feitas a lápis.
“Definitivamente, existe um sentimento entre nós, tanto na Disney quanto na Pixar que, criativamente, queremos continuar com a animação desenhada à mão. É nosso estilo. Você pode ver outros filmes como Tintim, que usam captura de movimento, e se você olhar pra eles vai notar que há um estilo diferente. Onde estamos hoje, em questão de estilo, vamos continuar com a animação manual,” comenta Newman, em entrevista ao UOL, para promover o lançamento de “A Bela e a Fera 3D”.
“Enrolados”: sucesso de público e de crítica.
Newman garante que os fãs não devem temer o uso da terceira dimensão nos filmes animados convencionais. “Tanto em ‘O Rei Leão’ quanto agora, em ‘A Bela e a Fera’, não usei o 3D apenas como uma tecnologia, só para transformar o filme em 3D, mas sim como um recurso que pudesse ajudar a contar a história. Fiz de forma orgânica, de modo que se tornasse parte do filme. Se você ouvir a trilha sonora de um filme verá que a intensidade dela reflete a intensidade emocional da narrativa do filme em diferentes momentos. A mesma coisa serve para o uso da profundidade no 3D. Ela também serve para espelhar o conteúdo emocional do filme.”
“O Rei Leão”: a majestade triunfou nas bilheterias, no ano passado, com sua versão 3D.
John Lasseter, chefe criativo do estúdio, possuiu uma opinião semelhante à de Newman. Lasseter acredita que o modo como a animação é feita não influencia a trama em si. “Dois estúdios fazem live-action, um faz ótimos filmes, o outro, mais ou menos. O que faz filmes mais ou menos não consegue sucesso e passa a acreditar que para conseguir é preciso usar a câmera que o outro estúdio usa,” diz Lasseter. “É assim que pensamos na animação desenhada à mão versus a computadorizada. Nunca na história do cinema um filme foi interessante por causa da tecnologia usada. A questão é como a tecnologia é usada. Isso é especial. Porém, de alguma forma, desenhos feitos à mão viraram sinônimo de história ruim.”
A fala de Lasseter, em uma análise mais crítica, pode ser considerada uma ironia, pois ele é um dos responsáveis pela Pixar Animation Studios, especializada em produções em computação gráfica, e dirigiu “Toy Story”, a primeira animação a ser feita inteiramente a partir de computadores, mudando a forma de se ver (e fazer) as animações. E desde que assumiu o cargo no estúdio – há seis anos – as produções, majoritariamente, passaram a ser feitas do mesmo modo.
“Toy Story 3″: terceira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme, segunda indicação da Pixar.
Ou seja, John Lasseter foi pioneiro na nova técnica de animação, e uma das principais razões que levaram o departamento de animação da Disney a investir pesadamente em CGI.
Olhando com atenção, de 2008 a 2011, a Disney lançou quatro filmes, dois na forma tradicional (“A Princesa e o Sapo” e “Winnie the Pooh”) e dois em animação computadorizada (“Bolt” e “Enrolados”). Um equilíbrio entre os dois estilos. Contudo, esse balanço não deve ser levado a diante, visto que, além das três produções anunciadas, outros diretores da casa estão trabalhando em projetos computadorizados. E nenhuma animação à mão está sendo desenvolvida, pelo menos, não que se tenha notícia.
“Winnie the Pooh”: o mais recente animado convencional do estúdio.
O estúdio de Mickey Mouse, outrora conhecido por suas magníficas animações feitas à mão, pode até ter intenção de voltar às suas origens, mas não parece disposto a colocar isso em prática. Enquanto o estúdio não se mostrar disposto a unir bons roteiros à animação tradicional, não poderemos ver o início de uma nova era de ouro. Seus últimos desenhos à mão não conseguiram esse feito, pois “A Princesa e o Sapo” não foi muito bem-avaliado pela público e consideraram “Winnie the Pooh” infantil demais.
Seria a Disney a própria culpada por “manchar” a reputação da animação tradicional? Não sabendo mais conciliar uma boa estória (para todos os públicos) com os desenhos feitos a lápis, como antigamente, levando o público a assimilar animação manual com roteiro fraco. Ou há influência demais da Pixar no estúdio-chefe? Quem sabe não seja culpa do próprio público, que dá preferência aos animados em CGI.
Fonte:DisneyMania
Eu não troco a animação tradicional por nada! Acho que as produçoes mais atuais deixam a desejar. A Disney quando era mais simples, era muito mais mágica!
ResponderExcluirQue excelente post!