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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Com Disney como melhor estrategista, 2012 esboçou reação da indústria cinematográfica

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O ano começou com o mercado norte-americano retraído, o mercado internacional em expansão e os estúdios operando ainda debaixo do pânico que foi a norma desde a eclosão da crise financeira de 2008. Com a chegada de dezembro, é possível ver que 2012 terminou com o primeiro sinal de recuperação da indústria cinematográfica em quatro anos, a descoberta de novas plataformas de distribuição e dois acordos milionários que mostraram como a Disney está, de fato, saindo na frente da competição.

Os últimos 12 meses foram marcados pela profunda depressão de 2011 na indústria do cinema, quando a venda de ingressos caiu 4%, o nível mais baixo dos últimos cinco anos.  Em clima de economia de guerra, os grandes estúdios mantiveram e reforçaram sua estratégia dos anos anteriores: cortes profundos de pessoal, investimento mínimo na aquisição ou coprodução de projetos independentes, redução do número de produções e lançamentos, busca de parceiros e financiamento internacional (principalmente na Ásia e em Dubai) para os grandes projetos e foco prioritário em franquias e títulos voltados para o mercado jovem.  

A redução de lançamentos foi tamanha que a Paramount praticamente fechou as portas durante três meses em meados do ano, sem lançar nada. Com certeza o estúdio -- que, juntamente com a Universal, completou 100 anos em 2012 -- reduziu seus gastos, mas também encolheu sua presença no mercado.

No Top 10 de bilheteria mundial, a Paramount aparece apenas com "Madasgacar 3". O longa de animação da Dreamworks, distribuído pela Paramount, aparece em sétimo lugar, abaixo dos líderes do ano: Disney/Marvel ("Os Vingadores", maior bilheteria de 2012 com mais de US$ 1,5 bilhão recolhido mundialmente); Warner ("Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", segundo lugar com mais de US$ 1 bilhão em bilheteria mundial); e Sony ("Operação Skyfall", o filme que celebrou o 50º aniversário da franquia 007 e totalizou, até agora, US$ 918 milhões mundialmente, ficando em terceiro lugar no ranking de bilheteria).


A estratégia de investir (muito) no que tem mais chance de dar certo -- franquias que já trazem em si, embutidas, o interesse do público -- funcionou para os grandes estúdios: o ano vai se encerrar com, na pior das hipóteses, uma estabilização da queda livre de consumo de ingressos de cinema e, na estimativa mais otimista, o primeiro ganho real em muito tempo.

Além do óbvio -- os três filmes campeões de bilheteria que aqueceram o mercado são muito bons -- dois outros fatores contribuiram para a virada: a expansão do mercado internacional, e o aumento de lançamentos em IMAX e 3D, inclusive nos mercados internacionais. Ingressos para 3D e IMAX são mais caros e, mesmo sem o aumento de venda numérica de bilhetes já acrescenta uma boa folga aos totais.

A Disney mostrou ser a melhor estrategista nesta batalha pelas novas plateias do século 21, investindo firme no controle de conteúdo original capaz de gerar vários produtos ao longo de anos, em diversas plataformas. À animação, seu campo pioneiro, a Disney já havia somado o conteúdo original da Marvel e, em 2012, deu mais um salto adiante da concorrência, adquirindo, por US$ 4,5 bilhões, a Lucasfilm – e, com ela, todos os direitos de, entre outros conteúdos, as franquias "Guerra Nas Estrelas" e "Indiana Jones".

Com o anúncio imediato de mais três novos filmes da saga "Guerra Nas Estrelas", para lançamento a partir de 2015, a Disney mostrou que compreende o apelo e a filosfia da obra sobre a qual George Lucas construiu seu império. Nos anos 1970, Lucas e Spielberg estavam reciclando suas influências e adorações juvenis para o consumo de uma nova plateia – e é exatamente isso que a Disney planeja fazer para as novas gerações de espectadores, reinventando a nostalgia de seus pais.

Nos últimos dias do ano, a Disney firmou outro acordo que mostra sua disposição de saltar à frente da concorrência: fechou com a empresa de videos-on-demand Netflix direitos exclusivos para exibição de seus títulos – incluindo Marvel, Pixar e Lucasfilm -- a partir de 2016. Com isso a Disney tornou-se o primeiro grande estúdio a seguir um caminho que, este ano, mostrou-se ser uma das melhores opções para independentes e lançamentos menores: a exibição de filmes diretamente na casa dos consumidores. 

Em 2012, um número recorde de títulos foi disponibilizado nos EUA diretamente nos domicílios dos espectadores, em TVs ou computadores, antes mesmo de chegarem às telas -- e muitas vezes sequer passaram pelos cinemas. Entre eles, grandes lançamentos como "360", de Fernando Meirelles, "A Negociação", estrelado por Richard Gere, e "Plano de Fuga", produzido e estrelado por Mel Gibson. E pequenos filmes que acabaram tornando-se enormes sucessos mesmo antes de irem para o cinema – como "Quatro Amigas e um Casamento", o primeiro lançamento da Radius, a nova divisão da plataformas digitais da Weinstein Company, que totalizou US$ 5 milhões apenas em exibições on demand (sob demanda) através de serviços como Itunes, Netflix e Amazon Instant Video.

"Para a indústria, a exibição on demand não é mais um lugar de despejo para títulos inviáveis, mas uma excelente opção num mercado em transição constante", disse Tom Quinn, presidente da Radius e veterano do cinema independente. "Com o aumento constante dos custos de marketing e distribuição, e a tendência do espectador pelo entretenimento em casa, agora temos uma plataforma viável capaz de trazer um retorno real, financeiro, e também de prestígio. Um sucesso em video on demand, agora, é um sucesso de verdade."

Fonte: UOL Cinema


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